Desconstruindo uma visão eurocêntrica: As artes de Angola
Conhecemos como cultura tudo
que está interligado aos costumes e valores de um povo, com isso podemos dizer
que a música, a linguagem, a gastronomia e a forma de povos se manifestarem
como um todo é cultura. Porém nem toda cultura é semelhante, os costumes
angolanos são tão diferenciados tanto dentro do seu próprio país como mundialmente.
A
maioria dos angolanos descenderam da cultura dos Bantu (ver página tal na parte
de Religião), mas mesmo assim o país é o que chamamos de pluriétnico e
multicultural ("uma Nação de várias nações", como a definiu o poeta
Agostinho Neto, primeiro presidente da República independente), assim a cultura
de Angola vem sendo construída durante séculos por meio da sua história cheia
de conflitos por causa da colonização e por trocas econômicas, biológicas e
linguísticas. Por isso nos dias de hoje, vemos esse país por dois ângulos de
cultura: a urbana, que sofreu influência da cultura portuguesa e a rural, que
se mantém quase intocável, conservando as suas tradições, formas de vida e a
sua língua própria.
Talvez a maioria das pessoas
podem ver a cultura rural como algo inferior, por causa dos seus rituais e
convicções míticas, pelo fato de não terem escrita, nem por ter comunicação com
a “sociedade moderna”. Ou apenas por não ser uma cultura de vida como as
europeias, que são consideradas com poder, dinheiro e ambição. Mas são exatamente
nessas diferenças de vida que estão a verdadeira diversidade e riqueza cultural
do país.
Podemos
observar nessa cultura, que a música e as artes plásticas são reveladas com
mais intensidade em Angola. Quase todos os grupos que se tem são muitos ricos
quando falamos em músicas e danças, pois elas são tratadas com naturalidade e
fazem parte da vida e do cotidiano dos povos angolanos. E muitas vezes são
tradições muito antigas, que estão se perpetuando pelos os séculos. O mesmo podemos
dizer da pintura, da escultura e estatuas artesanais.
Já
na cultura urbana muitos músicos e artistas plásticos utilizam pouco essas
manifestações para a criação de músicas e obras, pois nesse meio a cultura é
algo mais individualizado, onde temos a influência internacional. Na
dança, a cultura urbana procurou resgatar e preservar as danças tradicionais
das várias regiões do país.
Contudo,
não podemos terminar essa matéria sem falar sobre a literatura angolana, que
teve origem nos meados do século XIX, inscrevendo-se dentro de outra tradição,
mas ainda assim a imprensa foi feita por naturais da terra e em língua
portuguesa. E em 1935, com a publicação do primeiro romance escrito por um
angolano, António Assis Júnior: O segredo da morta. O Castro Soromenho, embora nativo
de Moçambique, fez com que a Terra morta e Viragem virassem análises das
relações entre os variados povos angolanos e os europeus.
Hoje
o Governo de Angola valoriza a sua diversidade cultural como uma grande riqueza
e permite que os jovens possuam ter mais conhecimentos sobre uma parte da
cultura nacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário